quinta-feira, fevereiro 17, 2005
Ex e Presente em acordo
Sampaio quebrou finalmente o silêncio que tem mantido para dizer que Portugal precisa de ser governado por "pessoas credíveis". A afirmação de que são necessários agentes políticos qualificados tem sido constante ao longo dos seus mandatos, mas presta-se a novas leituras quando é proferida a cinco dias das eleições legislativas. E quando um dos argumentos que Belém avançou para a dissolução do Parlamento foi precisamente a falta de credibilidade de Santana Lopes enquanto primeiro-ministro e a incapacidade do Executivo para levar a cabo as reformas necessárias ao País. "O País não se governa sem pessoas credíveis.". Jorge Sampaio, apela à participação cívica no sufrágio do próximo domingo, afirma que é preciso atrair mais gente para a política "Precisamos de agentes políticos de alta qualificação, precisamos de enriquecer os partidos políticos, precisamos de aumentar a transparência e isto só se faz com pessoas altamente preparadas e altamente formadas. Para que esse défice não seja aquele défice que vai diminuindo a credibilidade das instituições. Claro que à direita nenhum dos dirigentes politicos (ainda ministros e primeiro-ministro em gestão) sequer se pronunciou sobre as afirmações de Sampaio, já à esquerda, o Bloco de Esquerda considerou que o Presidente da República "tem toda a razão" quando defende que é preciso melhorar a qualidade dos políticos e das políticas "A política portuguesa tem estado alheada dos problemas que afectam os portugueses e há uma enorme dificuldade em encontrar a sensatez das respostas." No sábado, um dia antes das eleições, o Presidente volta a quebrar o silêncio para fazer o tradicional apelo à participação dos eleitores no sufrágio. A mensagem é transmitida à noite, na RTP.
Três dias antes de Jorge Sampaio anunciar a intenção de dissolver a Assembleia da República, Cavaco Silva publicava no Expresso um polémico artigo em que afirmava "Os agentes políticos incompetentes afastam os competentes." O ex-primeiro-ministro fazia alusão à forte percepção da opinião pública de que a qualidade dos agentes políticos tem vindo a baixar nos últimos anos. Tal como pensa o Presidente da República. Para Cavaco o "mercado político-partidário não é concorrencial e transparente" e existem "barreiras à entrada de novos actores, de que não são os melhores que vencem porque os aparelhos partidários instalados e os oportunistas demagógicos não olham a meios para garantir a sua sobrevivência na esfera do poder".
Pode ser que agora os votantes que não se vergarem à preguiça fisíca e mental de ir a votos no próximo domingo, consigam discernir entre o que é efectivemente importante e necessário para que a política portuguesa saia deste "rang-rang" em que se encontra...
Enviado por MissM
às 12:20 da tarde às 12:20 da tarde
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